Domingo, 20 de Fevereiro:
Acordar às 8h30 da manhã não qualifica como "acordar com as galinhas" (aliás, em África, a essa hora, já o Sol é de meio-dia) mas graças às poucas horas de sono foi essa a sensação quando me levantei da cama. Não quer dizer que me tenha custado muito, antes pelo contrário. A adrenalina de estar em latitude e longitude desconhecidas vencem qualquer João Pestana.
O plano era rumar cedo à Baía Azul (praia situada a alguns quilómetros de Benguela). Enquanto uns finalizavam os preparativos para umas horinhas de lazer ao sol, outros (preguiçosos, como eu) foram dar uma voltinha a pé pelas ruas da cidade. O calor era verdadeiramente abrazador mas esta altura do campeonato não há calor que me demova.
Benguela é uma cidade catita. Mais que catita, é doce. É uma cidade doce. Eu, gulosa que sou, só me apetecia continuar por lá a lambuzar-me com as ruas largas, palmeiras gigantes, casas coloniais, cafés com esplanadas, vista para o mar e gente simpática.
No regresso a casa, para cortar caminho, passámos rés-vés ao petit musseque que nasceu perto do centro. Vimos gente descontraída a conversar ao som de música africana, partilhando estendais e tachos, com as portas de suas casas escancaradas, como se não houvesse nada a esconder. Ou a guardar.
Talvez quem não tenha nada a esconder nem a guardar seja verdadeiramente feliz.
"Já estamos prontos!".
Chegámos à Baía Azul pouco depois das 11h00. Chovia. Palavra que chovia. Não sou uma pessoa derrotista mas já estava a pensar que aquilo era azar a mais. Sete horas de espera no aeroporto para apanhar chuva é muito azar. Irra!
Mas nem a chuva manchou a beleza da praia
"No Lobito não está a chover!"
E não estava. Foi então que tudo valeu a pena.
Se pudesse embrulhar a Restinga e levá-la comigo pagaria qualquer preço. Na verdade, se calhar até levo. E de graça.
O regresso foi pacífico. O vôo só se atrasou uma hora.
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